Em 1901, em Milwaukee, Estados Unidos, Roberta C. Lawson e Mary McLaren registraram a primeira patente de saquinhos de chá.
A ideia era evitar o desperdício e conservar o produto, permitindo ao cliente saboreá-lo mais fresco. O saquinho onde as folhas eram armazenadas era feito da mesma maneira como vemos hoje, de algodão, sem afetar o gosto da bebida. Apesar disso, a invenção não teve sucesso comercial imediato. Na verdade, levou tempo, quase 10 anos.
Em 1908, Thomas Sullivan, um importador de chás, começou a distribuir pequenos compartimentos individuais feitos de seda, cheios de folhas aromáticas, como amostras para seus clientes.
Não há indícios de que Thomas tenha se apropriado da ideia de Roberta e Mary, nem que conhecia a patente. Também não se sabe sobre as razões que levaram a iniciativa de Thomas ter superado o pioneirismo das duas.
A Terra da Rainha, onde é comum parar tudo às 17h para contemplar a chuva com uma deliciosa xícara de Lady Grey, só conheceu os saquinhos de chá nos anos 50. Na época, a novidade foi bem aceita por grande parte dos ingleses, exceto pelas vovós.
A maioria delas não aprovou a invenção. O motivo? Elas não entendiam para o que servia. Muitas delas, compravam os saquinhos, cortavam sua superfície, e armazenavam os chás em um recipiente. Na hora do preparo, adicionavam uma colher de chá nas xícaras sem saber que essa mesma quantidade já era separada nos saquinhos. Elas não sabiam como eles funcionavam e pior: nem sabiam que não sabiam.
Isso explica como a mente humana funciona.
Pense no alfabeto: você sabe que sabe o alfabeto, certo? Agora pense na divisão de um átomo sem fissão: a não ser que você seja um Einstein, é provável, que você não saiba como fazer. Portanto, sabe que não sabe.
O que é tremendamente assustador é que não sabemos o que não sabemos. Veja um bebê de 6 meses: ele sabe que precisa chorar quando tem fome, sabe que precisa abrir a boca para se alimentar, mas, não sabe o que é um alfabeto, o que são letras, o que é a fala, o som, simplesmente porque nada disso passou pela sua cabeça.
Aqui, chegamos à questão: quantas coisas nem passam pela nossa cabeça? Em quantas situações pensamos exatamente como um bebê?
Coisas importantes, coisas que existem e não sabemos, coisas que podemos encontrar no Google e não sabemos nem como pesquisar.
Pense no que você faz: o que você sabe sobre isso e o que não sabe?
Agora respire fundo e reflita: há muitas coisas que você não sabe que não sabe sobre o seu negócio.
Como você se sente?
Aceita um chá?